
Produção industrial brasileira surpreende positivamente
A divulgação recente da produção industrial do Brasil apresentou um desempenho acima do esperado, trazendo um indicativo positivo para o setor. Esse resultado ressalta uma atividade econômica que, apesar de algumas desacelerações pontuais, mantém certa resiliência diante do cenário atual.
Entretanto, o segundo semestre tem mostrado sinais de desaceleração em diferentes segmentos. Empresas de destaque reportaram resultados que refletem essa menor velocidade operacional em relação ao primeiro semestre do ano.
Resultados corporativos indicam desaceleração econômica
O setor bancário, representado pelo Itaú, apresentou mais um trimestre positivo, porém com números ligeiramente inferiores ao segundo trimestre, gerando preocupação, especialmente em relação à rentabilidade. Apesar disso, o crescimento da carteira de crédito permaneceu satisfatório, e o controle da inadimplência continua eficiente.
Empresas do varejo também indicam um ritmo mais lento. A Iguatemi divulgou resultados com desaceleração nas vendas dos lojistas, que ficaram abaixo dos últimos trimestres. De maneira similar, a C&A apresentou crescimento mais fraco, confirmando a tendência de menor dinamismo no consumo durante o segundo semestre.
Esses indicadores sugerem que o Brasil pode estar enfrentando uma possível recessão, reforçada pela redução no ritmo de crescimento do crédito verificada nos bancos.
No setor de energia, a Prio reportou resultados impactados por fatores não recorrentes, como a paralisação do campo de Peregrino durante grande parte do trimestre e um desempenho inferior no campo Albacora Leste, o que afetou significativamente seus números.
Agenda econômica: dados dos EUA e decisão da taxa Selic
Para o calendário econômico do dia, destaque para a divulgação do ADP, indicador importante de emprego nos Estados Unidos, programada para as 10 horas. Ao meio-dia, o PMI de serviços americano será divulgado, oferecendo mais detalhes sobre a atividade econômica nos EUA.
Encerrando o dia, está prevista a decisão sobre a taxa Selic às 18h30. A projeção indica manutenção da taxa em 15%. A atenção estará voltada principalmente para o comunicado do COPOM, que deve trazer indicações sobre o momento em que poderão ocorrer cortes na taxa de juros, ainda que a perspectiva para 2025 seja de cortes moderados e para 2026 seja incerta.
Embora a decisão da taxa Selic possa não impactar diretamente o pregão do dia, é esperado que influencie as negociações do pregão seguinte.
Detalhamento dos indicadores econômicos mencionados
Produção industrial brasileira: apresentou crescimento superior ao esperado, indicando que o setor ainda mantém certa robustez, mesmo diante de um segundo semestre mais desafiador.
Resultados corporativos: o Itaú mostrou desempenho sólido, apesar da rentabilidade ligeiramente menor; Iguatemi e C&A sinalizaram desaceleração nas vendas, refletindo menor dinamismo no consumo.
Setor de energia – Prio: resultado afetado por paradas técnicas e desempenho abaixo do esperado em determinados campos, evidenciando desafios operacionais.
ADP (EUA): este indicador antecede o relatório oficial de empregos e oferece uma prévia da situação do mercado de trabalho no país.
PMI de serviços (EUA): mede a atividade econômica do setor de serviços, uma parcela significativa da economia americana.
Taxa Selic: taxa básica de juros brasileira, projetada para se manter em 15% no momento, com atenção ao comunicado do COPOM sobre possíveis ajustes futuros.
