
Balanço fiscal e dados de emprego marcaram o cenário econômico recente, refletindo tendências que afetam tanto o Brasil quanto o exterior. No Brasil, a dívida líquida em relação ao PIB apresentou alta, indicando uma piora na situação fiscal do país. Por outro lado, o mercado de trabalho surpreendeu positivamente, com a taxa de desemprego ficando abaixo do esperado. Nos Estados Unidos, índices de inflação e pedidos por seguro-desemprego trouxeram influências nos mercados e nas expectativas para os juros.
Principais indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos
A dívida líquida do Brasil em relação ao PIB subiu de 62% para 62,9%, sugerindo uma deterioração das condições fiscais. Essa elevação pode impactar as políticas econômicas e a confiança dos investidores no longo prazo.
Quanto ao mercado de trabalho brasileiro, houve uma surpresa positiva: a taxa de desemprego registrada foi de 5,8%, abaixo da expectativa de 6%. Esse dado evidencia um mercado aquecido e uma recuperação robusta da economia, mesmo diante das dificuldades fiscais.
Nos Estados Unidos, o núcleo do índice de preços mostrou-se um pouco acima do esperado, o que apresentou um desafio para as decisões do Federal Reserve (FED) em relação às taxas de juros. Além disso, os pedidos por seguro-desemprego vieram menores do que as previsões, reforçando a ideia de um mercado de trabalho ainda firme.
Desempenho das principais empresas no último trimestre
Entre as empresas que divulgaram resultados, a Vale evidenciou impacto do recuo nos preços do minério, embora os volumes tenham ficado ligeiramente abaixo. No entanto, o destaque positivo ficou por conta dos metais alternativos, como níquel e cobre, especialmente este último, que compensaram o desempenho mais fraco do minério. Isso projeta uma perspectiva de recuperação para o terceiro trimestre da mineradora.
A Semina reportou aumento relevante nos volumes, apesar de preços de venda um pouco menores, seguindo uma tendência semelhante à observada na Vale. A CSN apresentou crescimento nos volumes, porém com preços menores no minério, mas conseguiu registrar bons resultados na parte de siderurgia. Ainda que o alto nível de alavancagem continue sendo um ponto de atenção na tese de investimento, o desempenho na siderurgia foi considerado um destaque positivo.
Já a Gerdau apresentou resultados satisfatórios, beneficiando-se das tarifas nos Estados Unidos, que permitiram crescimento de volumes e margens. Esse desempenho foi mais favorável em comparação com o da CSN, reforçando a vantagem competitiva da empresa no cenário internacional.
O melhor resultado da noite ficou com a Marco Polo, que registrou forte crescimento em volumes e receitas, sobretudo no mercado externo. Essa expansão de participação no segmento internacional, antes mais modesto, sinaliza uma trajetória promissora para a companhia.
Agenda econômica para hoje
Na manhã de hoje, o destaque fica por conta da divulgação da produção industrial brasileira às 9h. Nos Estados Unidos, às 9h30, serão conhecidos três indicadores importantes: o ganho médio por hora trabalhada, o relatório de empregos (payroll) e a taxa de desemprego. Esses dados podem gerar significativa volatilidade antes da abertura dos mercados.
Com o mercado aberto, às 11h, o PMI industrial norte-americano será divulgado. Embora seu impacto seja maior nos Estados Unidos, variações relevantes podem influenciar a bolsa brasileira, ainda que o mercado local concentre maior atenção nos indicadores que afetem as decisões sobre juros.