A projeção para o Índice de Confiança Empresarial (ICE), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), ficou praticamente estável em abril de 2025, ao recuar apenas 0,1 ponto, para 94,1 pontos.

Embora o resultado interrompa uma sequência mais intensa de retrações, os especialistas alertam que ainda é cedo para falar em reversão da tendência negativa iniciada em janeiro.

“A relativa acomodação do ICE em abril ainda não pode ser interpretada como um sinal de interrupção da tendência da queda iniciada em janeiro”, afirma Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas públicas do FGV IBRE.

Crescimento por meio do comércio

A estabilidade observada no índice geral é atribuída ao desempenho do setor de Comércio, que apresentou avanço de 4,4 pontos no mês, atingindo 87,5 pontos, após quatro quedas consecutivas. A recuperação do segmento compensou as perdas em outros setores, como Serviços, Construção e Indústria.

• Serviços: queda de 2,5 pontos (90,4 pontos);
• Construção: queda de 1,4 ponto (93,6 pontos);
• Indústria: recuo de 0,4 ponto (98,0 pontos).

Confiança segue abaixo do nível neutro

Apesar do alívio pontual, tanto o Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) quanto o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) seguem abaixo do nível considerado neutro (100 pontos). O IE-E avançou 0,1 ponto, para 92,1 pontos, interrompendo uma sequência de cinco meses de queda. A leve alta foi influenciada pela melhora nas expectativas de demanda para os próximos três meses, especialmente no Comércio.

Por outro lado, o componente que mede as expectativas para os negócios em um horizonte de seis meses recuou 0,2 ponto, a 92,3 pontos. Já o ISA-E caiu 0,3 ponto, para 96,2 pontos, revertendo a alta de março. A percepção sobre a demanda atual recuou 0,6 ponto, enquanto a satisfação com a situação dos negócios manteve-se estável.

Perspectiva ainda é de cautela

Em comparação com abril de 2024, o ICE acumula uma queda de 1,8 ponto. A coleta de dados ocorreu entre os dias 1º e 24 de abril, e a próxima divulgação do índice está prevista para 2 de junho de 2025.

“O resultado pode ser inteiramente atribuído à alta da confiança do Comércio, um movimento que reflete uma correção após quedas muito fortes nos meses anteriores”, complementa Campelo Jr.