
O Ibovespa encerrou o pregão com uma leve retração de 0,47%, atingindo 138.887,81 pontos.
Apesar de ter alcançado uma máxima histórica intradiária, o índice perdeu o ímpeto no fechamento, refletindo a crescente aversão ao risco no mercado doméstico.
A principal catalisadora dessa cautela foi a incerteza fiscal, notadamente a pressão exercida sobre o governo para a revisão do decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Esse cenário contrasta com o otimismo observado nos mercados globais, impulsionado por dados robustos de confiança do consumidor nos EUA e pela redução de barreiras tarifárias entre os EUA e a União Europeia.
No entanto, a conjuntura doméstica, marcada por instabilidade fiscal, depreciação cambial do real e a queda nos preços das commodities, limitou o desempenho do mercado acionário brasileiro.
Dólar
O dólar comercial registrou uma valorização de 0,88%, fechando a R$ 5,69.
A dinâmica cambial foi predominantemente influenciada pela incerteza fiscal interna, com destaque para o imbróglio em torno do decreto do IOF, e pelo fortalecimento global do dólar (DXY).
A perspectiva de novas alterações regulatórias no IOF, bem como a pressão do Congresso para a revogação do decreto, intensificou o sentimento de risco e a volatilidade cambial.
No acumulado do ano, o dólar exibe uma depreciação de 7,85% frente ao real, evidenciando a tensão persistente entre as medidas de política fiscal doméstica e as condições do cenário internacional.
Juros
Os juros futuros registraram elevação, refletindo a deterioração da percepção de risco fiscal decorrente do impasse sobre o IOF.
A maior pressão sobre o Executivo para a revisão do decreto, somada à expectativa de uma desaceleração econômica, resultou em um aumento das taxas, especialmente nos vencimentos mais curtos.
O DI para janeiro de 2026 avançou para 14,73%, enquanto o DI para janeiro de 2029 alcançou 13,49%.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) de abril, que apontaram a criação de 257 mil postos de trabalho, tiveram um impacto limitado no mercado de juros, que já precificava o fim do ciclo de alta da taxa Selic.
A expectativa predominante é que o Banco Central mantenha a Selic em 14,75% na próxima reunião de junho do Comitê de Política Monetária (COPOM), com a possibilidade de cortes nas taxas de juros no final do ano, condicionada à melhora do cenário fiscal e inflacionário.