
O Ibovespa subiu 1,04%, encerrando a sessão aos 134.537,62 pontos, o maior nível desde 23 de julho. O índice chegou a testar os 135 mil pontos durante o dia e acumula alta de 1,59% na semana e 1,10% no mês. Essa valorização foi impulsionada pelos bons resultados corporativos, especialmente do Itaú, que apresentou lucro recorde e avançou 1,26%. Além disso, continuou o movimento de valorização em ações do setor de consumo, com destaque para RD Saúde (alta de 18,67%), MRV (7,24%) e Minerva (6,28%). O giro financeiro totalizou R$ 22,2 bilhões. No entanto, ações como Vale ON e Petrobras ON recuaram 0,63% e 0,23%, respectivamente, acompanhando a queda do petróleo durante o dia.
Dólar
O dólar à vista rompeu o piso dos R$ 5,50, fechando em R$ 5,4632, com queda de 0,78%, atingindo o menor nível desde 8 de julho. A desvalorização global do dólar americano foi impulsionada pelas crescentes apostas em cortes de juros nos Estados Unidos, reforçadas por declarações de dirigentes do Fed, como Neel Kashkari e Lisa Cook.
No cenário interno, o real se beneficiou de um ambiente político mais ameno, especialmente após o presidente Lula afirmar que não pretende retaliar o tarifaço de Trump, que entrou em vigor no dia. Esse movimento pressionou os DIs para baixo, principalmente nos vencimentos mais longos, aumentando a percepção de que o Copom pode iniciar o ciclo de afrouxamento monetário ainda em 2025.
A valorização do real aconteceu mesmo com o início das tarifas de 50% sobre produtos exportados para os EUA, indicando que os impactos já estavam precificados pelo mercado. Dados do Banco Central mostram fluxo cambial positivo de US$ 2,01 bilhões na última semana, sustentado por entradas no comércio exterior. No acumulado do ano, entretanto, o fluxo segue negativo em US$ 14,65 bilhões, refletindo a saída líquida de investidores estrangeiros da B3 em julho. O índice do dólar (DXY) recuou 0,61%, para 98,177 pontos.
Juros
A curva a termo dos juros apresentou leve fechamento durante a sessão, com maior destaque para os vértices intermediários e longos. O DI jan/26 ficou praticamente estável, em 14,905%, enquanto os contratos mais longos, como o jan/31, caíram de 13,64% para 13,61%.
Esse movimento reflete a valorização do real, a queda dos yields dos Treasuries americanos e a percepção de distensionamento no cenário político doméstico. Houve sinais de que o STF poderá adotar uma postura menos agressiva em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A combinação de desinflação, desaquecimento da atividade econômica e ambiente externo mais benigno reforça as apostas de corte da Selic ainda em 2025.