
O Ibovespa encerrou a quinta-feira em queda de 0,54%, aos 136.743,26 pontos, acumulando terceira sessão consecutiva de perdas. O índice oscilou entre a mínima de 135.843,17 pontos e a máxima de 137.994,89 pontos, com volume financeiro de R$ 26,3 bilhões. Na semana, o índice recua 3,11% e no mês, 1,53%. No acumulado de 2025, a valorização se reduz para 13,68%.
Esse movimento refletiu o ajuste ao anúncio da sobretaxa de 50% de Donald Trump sobre importações brasileiras, com destaque negativo para ações mais expostas ao mercado externo. Embraer ON caiu 3,70%, Cosan ON recuou 3,03% e B3 ON, 2,83%. Os bancos também recuaram: Itaú PN (-3,08%) e BB ON (-1,12%).
Na ponta positiva, Marfrig ON subiu 6,38%, CSN ON 5,04% e Vale ON 2,29%, ajudando a limitar as perdas do índice. A mineradora se beneficiou da alta no preço do minério de ferro e da demanda por ativos defensivos.
Dólar
O dólar à vista subiu 0,78% nesta quinta-feira, encerrando a R$ 5,5452, após atingir máxima intradiária de R$ 5,6220, o maior patamar desde 25 de junho. Com esse movimento, a moeda acumula valorização de 2,22% na semana e de 2,05% em julho, reduzindo a queda no ano para 9,52%.
A valorização foi impulsionada pelas preocupações persistentes com a guerra comercial entre Brasil e EUA, após o anúncio da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros. Apesar disso, a moeda recuou das máximas devido a ajustes técnicos e à ausência de novos anúncios hostis ao longo do dia.
Contribuiu para limitar a pressão o resultado do IPCA de junho, que registrou alta de 0,24%, acima da mediana de 0,20%, mas com núcleos e difusão benignos. A inflação acumulada em 12 meses cedeu para 4,23%, criando espaço para a manutenção da expectativa de corte de juros nos EUA e possível reavaliação do Banco Central brasileiro mais adiante.
Juros
A curva de juros seguiu pressionada na ponta longa, refletindo cautela diante do impasse tarifário com os EUA e das incertezas fiscais locais. O DI jan/26 subiu de 14,918% para 14,94%, o jan/27 de 14,159% para 14,305%, e o jan/29 de 13,301% para 13,46%. O movimento foi parcialmente contido por uma leitura mais benigna do IPCA.
A inflação ao consumidor, divulgada pelo IBGE, mostrou alta de 0,24% em junho, com núcleos mais comportados e queda na difusão, fortalecendo a expectativa de desinflação gradual. Ainda assim, o foco do mercado permanece na retaliação brasileira à tarifa americana, que segue indefinida.