
O Ibovespa encerrou o pregão em queda de 1,02%, aos 135.767,29 pontos, com volume financeiro de R$ 19,1 bilhões. O recuo refletiu o aumento das incertezas políticas e fiscais no Brasil, principalmente pela expectativa de possível derrota do governo na votação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que revoga o aumento do IOF. As ações da Petrobras e da Vale estiveram entre as mais pressionadas, evidenciando a cautela dos investidores. Ainda assim, o índice acumula alta de 12,87% no ano.
Dólar
No mercado de câmbio, o dólar perdeu força frente às principais moedas globais. Enquanto o euro atingiu o maior nível desde outubro de 2021 e a libra esterlina alcançou o patamar mais elevado desde 2022, o real se descolou dessa tendência, sofrendo pressão devido às tensões fiscais domésticas. A votação do PDL no Congresso acrescentou volatilidade ao cenário local.
O dólar à vista subiu 0,66% frente ao real, fechando o dia cotado a R$ 5,55, após atingir a máxima de R$ 5,5733. A moeda brasileira foi impactada sobretudo por fatores internos, como o embate fiscal entre o Executivo e o Legislativo.
Em resposta à volatilidade, o Banco Central interveio no mercado de câmbio com operações de venda no mercado à vista e compra no mercado futuro, ajudando a conter a pressão sobre os contratos de cupom cambial. Apesar da turbulência recente, o real acumula valorização de 10,11% no ano frente ao dólar.
Juros
No mercado de juros, as taxas futuras de curto prazo permaneceram estáveis, enquanto os vértices mais longos subiram. Esse movimento reflete o aumento da percepção de risco fiscal e as incertezas sobre os efeitos das mudanças tributárias.
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou a sinalização de que a taxa Selic deverá permanecer em níveis elevados por um período prolongado. O mercado permanece atento ao cenário fiscal, especialmente à tramitação do PDL na Câmara.
Há expectativa de desaceleração da inflação no curto prazo, entretanto o mercado de trabalho continua aquecido, o que pode influenciar as decisões futuras do Banco Central.