
O Ibovespa voltou a cair com força, encerrando o pregão com baixa de 1,15%, aos 133.807,59 pontos – patamar semelhante ao de meados de abril e da última quinta-feira (18). O giro financeiro somou apenas R$ 15,7 bilhões, inferior aos R$ 17 bilhões da véspera. Na semana, o índice acumula leve alta de 0,32%, mas recua 3,63% no mês; no ano, o saldo positivo é de 11,24%. O movimento foi puxado por perdas disseminadas entre as ações de maior peso e liquidez.
Das 84 ações do Ibovespa, apenas 16 encerraram no azul, com destaque positivo para Pão de Açúcar (+1,45%), Petz (+1,00%) e Vibra (+0,74%). Do lado negativo, caíram WEG (-4,68%), Embraer (-3,89%), Cyrela (-3,86%) e Magazine Luiza (-3,33%). Vale ON recuou 1,55%, enquanto Petrobras ficou estável (+0,11% na ON e -0,16% na PN). Entre os grandes bancos, destaque negativo para Bradesco PN (-1,26%) e Santander Unit (-0,45%).
Investidores seguem ajustando posições em meio ao aumento do risco geopolítico e retirada líquida de estrangeiros da Bolsa em julho, que já soma R$ 5 bilhões até o dia 22.
Dólar
O dólar à vista fechou praticamente estável, com leve baixa de 0,06%, cotado a R$ 5,5199, após oscilar entre a máxima de R$ 5,5391 e a mínima de R$ 5,5129. Apesar da volatilidade e da continuidade das tensões comerciais com os EUA, o câmbio brasileiro mostrou resiliência, sustentado por fatores como a alta do petróleo, expectativa de novos estímulos na China e, principalmente, a projeção de inflação mais baixa no IPCA-15.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou a disposição do governo em negociar, mas reconheceu que a falta de interlocução prejudica os avanços. No exterior, o índice DXY subiu 0,22%, mostrando fortalecimento global do dólar, contudo o real conseguiu se descolar desse movimento.
Juros
A curva de juros seguiu pressionada, acompanhando o movimento de alta nos yields globais. No fechamento, o DI jan/26 recuou marginalmente de 14,942% para 14,935%, enquanto o jan/27 manteve-se praticamente estável em 14,215%. Já os vértices mais longos avançaram: jan/28 subiu para 13,560% (de 13,540%), jan/29 alcançou 13,505% (ante 13,471%) e jan/31 chegou a 13,770% (de 13,720%).
A reprecificação da curva também refletiu os dados mais fortes da economia americana: o PMI de serviços subiu de 52,9 para 55,2 e os pedidos de auxílio-desemprego recuaram a 217 mil. Além disso, o leilão de LTNs e NTN-Fs do Tesouro somou R$ 7,3 bilhões, com destaque para o título de 2032, que deve ganhar protagonismo.
No cenário interno, o mercado enxerga a ausência de progresso nas negociações com os EUA como um fator limitante para cortes de juros. Por outro lado, os dados fiscais positivos e a sinalização de que Bolsonaro não será preso reduzem parte do ruído político de curto prazo.