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1. Em meio ao avanço das negociações entre os dois países, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou ontem decreto que retira a tarifa adicional de 40% imposta a determinados produtos brasileiros.
A medida inclui itens importantes da pauta exportadora brasileira, como carne e café, além de frutas (abacaxi, açaí, banana) e cortes de madeira. A medida é retroativa: vai valer para todas as mercadorias que foram retiradas de armazéns para consumo desde 12h01 (horário de Nova York) de 13 de novembro.
“Na medida em que a implementação desta ordem exigir restituição de tarifas cobradas, os reembolsos serão processados de acordo com a legislação aplicável e os procedimentos padrão da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA para tais restituições”, diz trecho do decreto.
Foi o segundo movimento seguido de Trump para redução de tarifas, num momento em que o presidente americano está sob pressão para reduzir a inflação no país. Na semana passada, ele já havia assinado outro decreto retirando a tarifa recíproca de 10% sobre a importação de produtos agropecuários.
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2. Investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal sobre a gestão do Banco Master detectou indícios de que a instituição comandada por Daniel Vorcaro vendeu R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito inexistentes ao BRB, o banco público do Distrito Federal, e entregou documentos falsos ao Banco Central para tentar justificar o negócio.
Foram essas informações que resultaram na Operação Compliance Zero, deflagrada ontem pela PF e que terminou com a prisão de Vorcaro, de seu ex-sócio Augusto Lima e de três diretores do banco e com o afastamento do cargo do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
Vorcaro foi preso ainda na noite de segunda-feira, quando tentava embarcar para o exterior no Aeroporto de Guarulhos. Os investigadores dizem que ele estava em fuga do País. Em outro movimento, o BC liquidou extrajudicialmente o Master, menos de um dia depois de o Grupo Fictor ter anunciado o interesse em comprar a instituição, em operação que envolveria investidores árabes.
Em setembro, o BC já havia barrado proposta do BRB para comprar fatia relevante do Master. A autarquia também colocou o Banco Master Múltiplo, que integra o conglomerado, sob regime de administração especial temporária por 120 dias.
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3. O Banco Master tem 1,6 milhão de clientes e cerca de R$ 41 bilhões em depósitos cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), informou ontem a entidade.
O Banco Central decretou a liquidação do Master, o que significa o seu fechamento, mas o FGC será obrigado a honrar todos os depósitos e aplicações do banco, no valor de R$ 250 mil por pessoa física.
O FGC pagará integralmente os R$ 41 bilhões, mas poderá recuperar, futuramente, parte desses recursos com a venda de ativos do Master. Esse levantamento será feito pela liquidante nomeada pelo Banco Central, no caso, a EFB Regimes Especiais de Empresas. “Todos os créditos enquadrados em nosso regulamento terão o processo de pagamento iniciado tão logo o levantamento dos dados dos credores seja concluído e disponibilizado ao FGC”, afirmou o fundo.
Com as informações em mãos, o FGC liberará a solicitação em seu aplicativo para que os credores cadastrem uma conta bancária para recebimento dos recursos e enviem os documentos necessários. O aplicativo pode ser baixado para Android e iOS.
No caso de empresas credoras, um representante deve solicitar a garantia pelo Portal do Investidor do fundo. O pagamento será feito para uma conta com o mesmo CNPJ e nome da empresa.
Com cerca de R$ 120 bilhões em reservas de liquidez, o FGC vai se concentrar, de imediato, no pagamento dos investidores elegíveis, processo que deve começar em aproximadamente 30 dias, tempo médio registrado nos últimos cinco casos de liquidação.
4. O governo reduziu de R$ 12,1 bilhões para R$ 7,7 bilhões a contenção de despesas no Orçamento de 2025. Os números são do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas referente ao 5.º bimestre, divulgado ontem – e o último previsto para este ano.
Do total, são R$ 4,4 bilhões em gastos bloqueados e R$ 3,3 bilhões contingenciados. Na prática, ambos resultam em congelamento de despesas no Orçamento. O governo elevou a previsão de déficit das estatais neste ano, que será puxado pela crise que atingiu os Correios.
No contingenciamento, o governo congela despesas quando há frustração de receitas, a fim de cumprir a meta fiscal (saldo entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida). Já o bloqueio é realizado para cumprir o limite de despesas do arcabouço fiscal.
Quando há alta de gastos obrigatórios (como aposentadorias), o governo bloqueia despesas não obrigatórias (como custeio da máquina e investimentos) para compensar a diferença. O total de gastos bloqueados para cumprir o limite de crescimento das despesas do arcabouço fiscal caiu de R$ 12,1 bilhões, no relatório anterior, para R$ 4,4 bilhões nesta edição. Isso porque parte do bloqueio do bimestre passado foi anulado por cancelamentos de despesas.
De outro lado, o volume contingenciado para cumprir a meta fiscal passou de zero para R$ 3,3 bilhões. O contingenciamento, segundo nota do governo, se dá por causa de uma redução global na arrecadação da receita líquida projetada, de R$ 2,344 trilhões para R$ 2,343 trilhões. “Soma-se a isso, o déficit de estatais, que exigiu uma compensação na meta fiscal do Programa de Dispêndios Globais (PDG) pelo orçamento fiscal e seguridade, de R$ 3,0 bilhões”, diz a nota.
5. Wall Street viveu uma semana cheia de emoções. Impulsionadas pelo resultado robusto da Nvidia no terceiro trimestre, que aliviou os temores sobre uma possível bolha no setor de Inteligência Artificial, as bolsas subiram forte, mas não aguentaram muito tempo.
O relatório de emprego dos EUA foi divulgado hoje (20) pelo Departamento do Trabalho, com um mês de atraso graças à paralisação (shutdown) do governo norte-americano. Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, bem acima dos 50 mil novos postos de trabalho que o mercado esperava, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Broadcast.
Com isso, nem mesmo a toda poderosa Nvidia foi capaz de segurar as pontas para as bolsas lá fora. O Nasdaq fechou o pregão na liderança das perdas, com desvalorização de 2,16%. Já o S&P 500 registrou queda de 1,56% no mesmo horário. O Dow Jones, por sua vez, caiu 0,84%.
Basicamente, um dado tão mais forte do que o esperado pelo mercado reduz as esperanças de cortes nos juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) em dezembro.
6. A Bolsa de Valores registrou essa semana uma queda de 1,88%, fechando aos 154.770 pontos. Já o dólar fechou em alta de 1,88%, cotado a 5,40/usd. No ano, a bolsa brasileira sobe 27,3% e o dólar cai 9,1%. Nos EUA, o S&P sobe 12,5% e o Nasdaq sobe 15,5% no ano. (Fonte: Bloomberg)
