
A taxa Selic brasileira está em 15% ao ano, indicando um custo elevado do dinheiro no país, o que influencia tanto empréstimos quanto investimentos.
Embora seja uma taxa alta historicamente, a Bolsa de Valores brasileira, representada pelo Ibovespa, atingiu recentemente sua máxima histórica, desafiando a expectativa tradicional de que a alta taxa de juros força queda no mercado acionário.
Cenário brasileiro e internacional
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne a cada 45 dias para definir a taxa Selic, visando controlar a inflação.
Apesar do aumento dos juros, a inflação no Brasil permanece alta devido a vários estímulos financeiros, como os relacionados à pandemia.
Expectativas indicam que a Selic deverá se manter estável ou, possivelmente, começar a reduzir no fim deste ano ou no próximo, conforme previsões do mercado.
Globalmente, o dólar apresenta volatilidade, com quedas frente ao real em determinados períodos, influenciado por políticas tarifárias implementadas nos Estados Unidos que impactam a demanda e a oferta de empregos.
O Federal Reserve (FED) deve anunciar cortes na taxa de juros em suas próximas reuniões, o que tende a estimular os mercados.
Fundamentos das estratégias dos grandes investidores
Benjamin Graham, conhecido como o mentor de Warren Buffett, popularizou o conceito de investimento em valor, que consiste em comprar ações de empresas subvalorizadas com margem de segurança — buscando pagar menos que o valor dos ativos ou garantindo um retorno do lucro que compense o investimento, mesmo diante de possíveis quedas do rendimento.
Seu livro “O Investidor Inteligente” é referência para entender essa filosofia.
Warren Buffett aprimorou esses conceitos e enfatiza investir em empresas de alta qualidade, com boa gestão e barreiras competitivas sólidas (“fossos” econômicos), como Coca-Cola e Apple.
Ele valoriza uma visão de longo prazo, mantendo ações por décadas e rejeitando a venda baseada em oscilações temporárias do mercado.
Peter Lynch e Philip Fisher: foco no crescimento e conhecimento
Peter Lynch destaca a importância de diversificar o portfólio, investir no que se conhece e identificar “cavalos vencedores” no portfólio, ações com potencial de grande valorização.
Ele introduziu o índice PEG, que relaciona preço/lucro com taxa de crescimento do lucro para avaliar se uma ação está descontada considerando seu crescimento.
Philip Fisher, por sua vez, reforça o conhecimento detalhado das empresas nas quais investe, priorizando o crescimento das mesmas.
Seu livro “Ações Comuns, Lucros Incomuns” estabelece diretrizes para avaliação criteriosa de ações de crescimento.
Ray Dalio e a diversificação internacional
Ray Dalio, gestor de fundos hedge, desenvolveu o conceito do portfólio “All Weather”, que busca oferecer resiliência em qualquer cenário econômico.
Ele destaca a importância do ouro como ativo real e defende diversificação ampla, incluindo ativos internacionais.
Dalio alerta que fundos, por mais qualificados, não acertam sempre e é natural apresentar períodos de desempenho negativo.
A diversificação não apenas entre classes de ativos (ações, renda fixa, fundos imobiliários), mas também geográfica, é fundamental para equilibrar riscos.
Investidores devem considerar ativos offshore para mitigar o risco cambial e de mercado doméstico.
Construção de patrimônio e visão de longo prazo
Construir patrimônio é um processo que envolve substituir o capital humano (renda do trabalho) por capital financeiro (investimentos), visando garantir segurança financeira futura.
Grandes investidores mostram que disciplina, paciência e uma filosofia clara de investimento são cruciais para atravessar as oscilações do mercado e evitar decisões precipitadas diante de volatilidades.
O uso dos ciclos econômicos e o respeito à diversificação adequada ao perfil do investidor aumentam as chances de obter melhores rendimentos historicamente, mesmo diante de momentos adversos.
Por exemplo, a aplicação em ativos IPCA+7% tem se mostrado eficaz na valorização patrimonial ao longo do tempo, considerando a melhora gradual dos cenários econômicos.
Importância do planejamento financeiro personalizado
Profissionais do mercado financeiro destacam que cada investidor deve ter um portfólio alinhado a seus objetivos, tolerância a risco e situação financeira atual.
Exemplos práticos, como o de um cliente ginecologista que acumulou recursos para morar em vários países, demonstram que acompanhamento especializado e planejamento detalhado são diferenciais importantes para o sucesso.
A diversificação deve considerar não apenas a classe de ativos, mas também a exposição a diferentes riscos específicos, evitando concentração excessiva em setores ligados à atividade profissional do investidor para evitar riscos duplicados.
Reflexões finais e recomendações
Grandes investidores como Warren Buffett recomendam que investidores comuns adquiram um índice amplo do mercado, como o S&P 500, e mantenham a posição, refletindo a importância da simplicidade e paciência.
Evitar a armadilha de seguir o “humor do mercado” e manter a disciplina baseada em filosofia de investimento são fatores de sucesso para acumular patrimônio sustentável.
Portanto, o aprendizado dos grandes investidores reforça a necessidade de diversificação, análise criteriosa e visão de longo prazo para construir uma carteira resiliente e alinhada aos objetivos pessoais.
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