
Governadores de diferentes estados brasileiros reuniram-se para debater o futuro das finanças públicas e da segurança no Brasil, destacando a necessidade urgente de reformas estruturais para ajustar as contas públicas e conter a crise fiscal prevista para o início de 2027.
O avanço nas privatizações, a modernização da máquina administrativa e o fortalecimento da segurança pública foram os principais temas abordados.
Reformas administrativas e ajuste fiscal nos estados
Governadores como Ratinho Junior, do Paraná, ressaltaram medidas tomadas para enxugar a máquina pública, como a redução de cargos comissionados pela metade e o corte de despesas simbólicas, como a aposentadoria de ex-governadores.
Essas ações, somadas a parcerias público-privadas (PPPs) e privatizações, visam maior eficiência e modernização da gestão estadual. O Paraná investe recursos próprios em programas como o “Asfalto Novo, Vida Nova”, que contempla 323 cidades com obras de infraestrutura urbana.
Paulo Hartung, ex-governador capixaba citado no debate, destacou que cortar despesas é fundamental para cuidar melhor das pessoas, salientando a importância da responsabilidade fiscal associada à melhora na gestão pública.
Em São Paulo, a reforma administrativa promoveu a desvinculação das receitas, permitindo mais flexibilidade orçamentária e ampliando investimentos públicos, com investimentos previstos em até 14% da receita líquida.
A privatização da Sabesp, empresa estadual de saneamento, exemplifica os ganhos, com 410 mil novas ligações de água e 542 mil de esgoto em um ano, beneficiando diretamente milhares de famílias.
Desafios da segurança pública e combate à criminalidade
Ronaldo Caiado, governador de Goiás, e Ratinho Junior trouxeram dados sobre a segurança pública, ressaltando avanços significativos nos índices de criminalidade estaduais.
Caiado relatou esforço para criminalidade agressiva no estado, com prisões e rígido cumprimento de penas, enfatizando que o problema central no Brasil é a impunidade.
A criação da Polícia Penal e construção de novos presídios em Curitiba ajudaram a reduzir a criminalidade.
Em São Paulo, a resposta ao crime organizado tem sido intensa, com operações direcionadas à Baixada Santista, maior contratação de policiais e investimentos em tecnologia para monitoramento.
Entretanto, ambos os governadores concordam que a legislação penal inadequada e a alta taxa de liberação de presos dificultam o controle da criminalidade, apontando para a necessidade urgente de reforma no sistema penal e de processo penal para garantir maior efetividade e segurança à população.
Impactos econômicos da tarifação dos Estados Unidos e estratégias de resposta
A discussão sobre a tarifação imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras preocupou os governadores, pois setores estratégicos dos estados de São Paulo, Paraná e Goiás já sentem os impactos negativos.
O efeito sobre o PIB local e o potencial desemprego gerado foi destacado, com números que variam de 0,3% a 2,7% no PIB e até 120 mil empregos que podem ser afetados.
Para mitigar esses efeitos, os governadores apontaram medidas como a liberação de créditos de ICMS, créditos subsidiados e diálogo silencioso e profissional com autoridades americanas e parlamentares para buscara sensibilização sobre o problema.
Ressaltaram ainda a importância da atuação conjunta dos estados para pressionar por soluções diplomáticas efetivas.
União e futuro político da direita brasileira
Os governadores enfatizaram a necessidade de unidade da direita para as próximas eleições presidenciais, ressaltando que a atuação conjunta é fundamental para enfrentar os desafios nacionais e evitar a divisão interna que enfraquece o país.
Rejeitaram o isolamento político e destacaram a importância de um debate democrático plural, com candidatura viável no primeiro turno e união apoiada no segundo turno para contrabalancear adversários políticos.
O cenário exige liderança comprometida para implementar reformas econômicas, fortalecer a segurança pública e promover a retomada do crescimento sustentável, com foco na responsabilidade fiscal e na defesa da soberania nacional.
A participação da sociedade e dos parlamentares foi apontada como imprescindível para viabilizar a construção de um Brasil mais justo e eficiente.