
O fundo de ações da Morada Capital reagiu positivamente em julho, apesar da queda de 4,2% do Ibovespa. A estratégia Long Bias do fundo permite operar tanto no Brasil quanto no exterior, ajustando a exposição conforme a análise do cenário econômico e das oportunidades de mercado.
Em julho, o fundo aumentou a participação em ativos brasileiros de 26% para quase 40%, principalmente em bancos e empresas de energia, aproveitando a desvalorização frente ao impacto das tarifas comerciais impostas pelos EUA.
Impacto das tarifas e cenário econômico brasileiro
A imposição de tarifas adicionais sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, estimadas em 50%, provocou desgaste significativo no mercado brasileiro e esteve entre os principais fatores da queda do Ibovespa.
Em comparação, a bolsa mexicana apresentou alta devido a melhores negociações comerciais com os EUA.
Entretanto, os gestores da Morada Capital entendem que grande parte do efeito das tarifas já foi precificada, visto que produtos como Embraer e commodities impactadas foram parcialmente excluídos da análise.
Segundo Felipe Arslan, CEO e sócio fundador da Morada, a desvalorização da bolsa brasileira reflete mais o estresse político e comercial do que os fundamentos econômicos, o que sustentou o aumento da alocação em ativos brasileiros, considerando o valuation atrativo e os riscos já embutidos no preço.
Ajustes na carteira e desempenho internacional
No âmbito internacional, a Morada Capital reduziu a exposição em ações americanas, principalmente em tecnologia, após fortes altas e resultados positivos reportados, como o da Google.
O mercado americano demonstra sinais de desaceleração no emprego, com criação de postos de trabalho abaixo do esperado, o que aumentou a expectativa de cortes de juros pelo FED ainda em 2023.
Os resultados do segundo trimestre das empresas americanas foram majoritariamente positivos: cerca de 80% das companhias do S&P 500 superaram as expectativas, impulsionadas principalmente pelo setor de tecnologia, com destaque para serviços em nuvem e inteligência artificial.
A Morada mantém posições em grandes empresas tecnológicas como Google, Amazon, NVIDIA e Microsoft, que contribuíram fortemente para o desempenho do fundo.
Estratégias de proteção e gestão de riscos
A alocação em dólar global foi reduzida e substituída por ouro, entendido como proteção diante das incertezas econômicas e política monetária nos EUA.
O dado de emprego mais fraco aumentou a pressão para cortes nos juros americanos, o que deve favorecer o mercado de ações no curto prazo.
Felipe ressalta que o fundo é gerido para entregar retornos consistentes que superem a referência IPCA + IMA-B, considerada a base honesta de comparação para investidores brasileiros.
A estratégia busca surfar o risco de mercado com controle rigoroso para evitar grandes drawdowns, garantindo que o investidor permaneça investido para aproveitar o potencial de retorno dos ativos globais e nacionais.
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Perspectivas e relevância do capital estrangeiro
A Morada Capital aponta que o mercado brasileiro depende fortemente do capital estrangeiro para valorização.
O fluxo de investimentos externos está diretamente correlacionado com a performance do Ibovespa, e eventuais mudanças nesse cenário influenciarão a dinâmica do mercado local.
Apesar dos desafios e instabilidade política, o fundo mantém foco em setores resilientes no Brasil, como bancos e energia elétrica, e continua atento às oportunidades internacionais, especialmente em tecnologia e energia nos EUA.