
A inflação ao produtor voltou a cair em abril, acumulando três meses consecutivos de deflação. Os preços na porta de fábrica recuaram 0,36% na passagem de março para abril, segundo o IBGE. Desde o início do ano, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) já acumula queda de 0,93%, enquanto em 12 meses a alta chega a 7,27%.
Sobretudo, das 24 atividades industriais pesquisadas, apenas 8 registraram queda de preços em abril, número menor do que o de março, quando foram 11 setores em retração.
Queda foi puxada por refino e extrativas
Ainda mais, entre os segmentos com maior impacto na deflação do IPP de abril, o refino de petróleo e biocombustíveis liderou, com recuo de 3,37% e influência de -0,35 ponto percentual no índice geral. As indústrias extrativas, por sua vez, apresentaram a maior variação negativa (-4,43%) e a segunda maior contribuição no resultado do mês (-0,20 p.p.).
Essa sequência de quedas nos preços das extrativas, iniciada em janeiro, levou o setor a acumular deflação de 12,33% no ano e de 9,42% em 12 meses — esta última, a maior queda anual desde julho de 2023.
Alimentos voltam a subir
Em contrapartida, o setor de alimentos registrou sua primeira alta no ano, com variação de 0,72% em abril. Ainda assim, acumula queda de 2,27% em 2025. Em 12 meses, no entanto, os preços subiram 13,19%, fazendo do setor a principal influência positiva no IPP acumulado no período (+3,17 p.p.).
Produtos como carnes bovinas, óleo de soja em bruto e café torrado foram os grandes responsáveis pela alta, enquanto o arroz, em período de safra, teve queda de preços.
Química e metalurgia seguem em destaque
Do mesmo modo, o setor de outros produtos químicos teve retração de 1,08% em abril, puxado por defensivos agrícolas e resinas. Apesar disso, o setor acumula alta de 3,07% no ano e 11,94% em 12 meses, com destaque para fertilizantes à base de NPK.
Já a metalurgia apresentou sua quarta queda mensal seguida, com -1,00%. No acumulado do ano, a retração chega a 5,45%, mas, em 12 meses, os preços ainda sobem 15,52%, com forte influência das cotações internacionais de alumínio, ouro e cobre.
Categorias econômicas mostram comportamentos distintos
Sob o ponto de vista das Grandes Categorias Econômicas, o recuo de 0,36% na indústria geral foi impulsionado por:
- Bens intermediários: -1,23% (influência de -0,68 p.p.).
- Bens de capital: estabilidade (0,01%).
- Bens de consumo: alta de 0,83%, com destaque para os semiduráveis e não duráveis (+0,95%).
No ano, os bens intermediários acumulam a maior queda (-2,30%), enquanto os bens de consumo mostram leve alta (+0,91%).
Em 12 meses, os bens de consumo lideram a inflação com alta de 10,31%, seguidos por bens de capital (+6,04%) e bens intermediários (+5,43%).