
A XP vem reforçando sua plataforma de fundos internacionais, que em 2025 se consolida como prioridade estratégica para ampliar a diversificação global dos portfólios dos clientes.
Com iniciativas que abrangem feeders locais, plataforma digital e PWM, a instituição aposta em soluções alinhadas ao novo regulamento ICVM 175 e na ampliação de ofertas para investidores qualificados.
Internacionalização do portfólio e evolução da plataforma
A internacionalização dos portfólios figurou como um dos principais temas na Expert XP, destacando o foco da empresa em levar aos clientes acesso a fundos globais.
Desde 2014, quando entraram em vigor as regras da ICVM 555, a XP iniciou o trabalho com feeders locais, veículos domiciliados no Brasil que investem no exterior.
Com uma plataforma inicial modesta, expandiu-se a partir do IPO da XP em 2019 e da chegada do especialista Fabiano Sintra em 2020, que acelerou parcerias com mais de 30 gestores internacionais e a disponibilização de mais de 100 fundos na plataforma, alcançando captações de R$ 25 bilhões em veículos internacionais até 2022.
Na sequência, a XP lançou em 2023 a plataforma digital, que elimina o risco de fronteira ao custodiar investimentos no exterior para clientes de alta renda e massificados.
Esta plataforma inclui fundos do tipo mutual funds, registrados internacionalmente, e feeders nacionais rediários, possibilitando ao investidor escolher a exposição cambial.
Para 2025, a empresa avança com uma nova fase, adaptando-se ao regulamento ICVM 175, que traz mais flexibilidade e amplia o acesso aos feeders para investidores qualificados, além de otimizar as estruturas em Cayman para o Brasil.
Estratégias de alocação e impactos da moeda no retorno
O debate interno na XP destaca que a atrelagem do retorno ao CDI em reais pode limitar a visão dos clientes sobre diversificação e performance internacional.
Em dólar, o retorno real do CDI nos últimos dez anos acumulou cerca de 38,8%, equivalente a 3,3% ao ano, insuficiente para proteger contra a inflação global e brasileira.
Em contrapartida, mercados como S&P 500 apresentaram retorno anualizado de 13,6%, evidenciando o papel fundamental de ativos dolarizados para incremento do patrimônio no longo prazo.
Pesquisas internas indicam que, para perfis conservadores a sofisticados, alocações entre 5% e 20% em carteira global 40-60 contribuem para otimização da relação risco-retorno.
Além disso, a diversificação global reduz a concentração no risco Brasil, um mercado emergente e mais suscetível a choques, e oferece acesso a mercados de capitais muito mais amplos.
Novos produtos e suporte para assessores e clientes
Hoje, a XP oferece ao redor de 150 fundos internacionais com seleção rigorosa, integrando as melhores gestoras globais para garantir qualidade e diversificação.
A empresa projeta crescimento de 30% na oferta de fundos para a plataforma digital durante 2025, reforçando a prioridade no aprimoramento da experiência do assessor e do investidor.
Além da oferta de produtos, a XP entregou materiais educacionais, vídeos e e-books para auxiliar na compreensão das diferenças entre feeders e mutual funds, facilitando a transição do investidor para a alocação internacional.
Essas iniciativas visam mitigar as barreiras comportamentais e técnicas, auxiliando a rede de distribuição a acelerar a implementação dessa estratégia essencial.
Perspectivas do mercado global e a visão de Howard Marks
Durante o evento, Howard Marks, fundador da Oaktree, afirmou que a diversificação internacional é um caminho essencial para investidores, principalmente brasileiros, que geralmente apresentam alta concentração em ativos locais.
Ele ressaltou que a diversificação visa proteção contra incertezas, e não necessariamente maximização de retorno, ao buscar portfólios que performem bem em diversas condições de mercado.
Marks destacou também a importância do risco inteligente, aquele que é compreendido, analisado, diversificado e compensado adequadamente.
Ele alertou para a necessidade dos investidores assumirem riscos calculados para alcançar retornos adequados, enfatizando ainda a relevância do conhecimento diferenciado e análise qualitativa para obter vantagem no mercado.
Sobre ciclos de mercado, elucidou que o comportamento humano influencia preços com otimismo e pessimismo exacerbados, criando excessos e correções que os investidores devem entender para tomar decisões racionais e desprovidas de emoções.
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Eventos macroeconômicos e atenção para 2024
O cenário para 2025 inclui a atenção à Super Quarta, onde Copom e FED decidirão as taxas de juros do Brasil e dos EUA.
A expectativa predominante é pela manutenção das taxas, elemento importante para avaliação das estratégias de alocação global, considerando os diferentes ciclos econômicos e estratégias de política monetária.
A XP reforça que o movimento de internacionalização dos portfólios é estrutural e não responde a fatores conjunturais, colocada como prioridade para fortalecer o crescimento patrimonial dos clientes e construir carteiras mais robustas frente à volatilidade e às mudanças do ambiente global.