
Versão Resumida
Política Monetária no Brasil
- O Copom manteve a Selic em 15% ao ano, maior nível desde 2006.
- Decisão foi a segunda manutenção consecutiva.
- Comunicado reforçou postura “vigilante”, sem sinalizar cortes no curto prazo.
- Banco Central vê:
- Inflação persistente e expectativas desancoradas.
- Atividade econômica resiliente e pressões no mercado de trabalho.
- Analistas projetam que a taxa só deve cair em 2026.
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Fed inicia cortes
- O Fed reduziu os juros em 0,25 p.p., para 4%–4,25%.
- Primeiro corte do ano, sinalizando virada de política.
- Expectativa de mais duas reduções até dezembro.
- Debate interno dividido: novo membro, Stephen Miran (indicado por Trump), defendeu corte maior (0,5 p.p.).
- Objetivo: estimular o mercado de trabalho, mesmo com inflação ainda acima da meta de 2% (agosto: 2,9%).
Congresso e Judiciário
- Aprovada a “PEC da Blindagem” na Câmara:
- STF só poderá processar parlamentares com autorização do Congresso.
- Decisões de aval e prisão passam a ser em votação secreta.
- Votação: 353×134 (1º turno) e 344×133 (2º turno).
- Hugo Motta (Republicanos-PB) justificou como reação a “abusos” do Judiciário.
- Paralelamente, Paulinho da Força foi escolhido relator da proposta de anistia aos condenados pelos atos golpistas. Ele deve propor redução de penas, rejeitando anistia ampla.
Tecnologia e Negócios
- A Nvidia surpreendeu o mercado ao investir US$ 5 bilhões na Intel:
- Compra de ações a US$ 23,28 cada (+23% de valorização da Intel no dia).
- Parceria foca em data centers para IA e novos PCs personalizados.
- Movimento ocorre após os EUA adquirirem 10% da Intel no mês passado.
- Sinal claro de que a Nvidia se torna peça-chave na sobrevivência da tradicional rival.
Economia Real
- O IBC-Br caiu 0,53% em julho (ajustado), terceira queda seguida:
- Junho: -0,25%; Maio: -1,17%.
- Reforça perspectiva de PIB fraco no 3º trimestre.
- Setores:
- Agropecuária devolve ganhos da supersafra.
- Indústria em contração.
- Serviços perdem fôlego.
Mercados
- Na semana: Ibovespa: +2,52% (145.865 pts). Dólar: -0,37% (R$ 5,33).
- No ano: Bolsa BR: +20,7% | Dólar: -13,9%. EUA: S&P +13,5% | Nasdaq +17,4%.
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Versão Completa
1. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, pela segunda vez consecutiva, decidiu manter a Selic em 15% ao ano, maior patamar desde julho de 2006.
O ciclo de aperto dos juros havia sido interrompido em julho passado, depois de uma alta de 4,5 pontos porcentuais da taxa básica.
O Copom não deu qualquer indicação explícita sobre os próximos passos da política monetária, diferentemente do que fez na reunião de julho – quando antecipou claramente uma nova manutenção da taxa, confirmada ontem.
Em vez disso, apenas reforçou em comunicado sua postura “vigilante” e repetiu que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.
Também retirou do texto a menção à necessidade de “examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados”.
Ainda em seu comunicado, o Copom afirmou que o cenário doméstico segue sendo marcado por “expectativas desancoradas (ou seja, longe da meta de inflação do BC), projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”.
Já no campo externo, diz que há incerteza com a política econômica nos EUA. O tom do comunicado reforçou entre analistas a avaliação de que a Selic não deve ser reduzida antes do início do próximo ano.
2. O Fed (banco central americano) decidiu ontem reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, para um intervalo de 4% a 4,25%, no primeiro movimento de corte neste ano.
A autoridade monetária indicou também que deve fazer mais duas reduções até dezembro. A decisão não foi unânime.
Pela segunda reunião seguida, houve pelo menos uma divergência de um membro do Conselho de Governadores, grupo que compõe o Fomc (similar ao Comitê de Política Monetária do Banco Central brasileiro).
Stephen Miran, indicado pelo presidente Donald Trump para o Fed e que tomou posse minutos antes do início do encontro que começou na terça-feira, votou a favor de uma redução de 0,5 ponto porcentual.
Segundo especialistas, o movimento de redução da taxa de juros ocorre após um longo hiato e marca uma virada para o Fed, indicando que os dirigentes agora estão mais interessados em aquecer o mercado de trabalho, que tem mostrado sinais de desaceleração, do que em controlar a inflação, que ainda se mantém fora da meta de 2% – em agosto o índice anualizado fechou em 2,9%.
Comunicado divulgado após a reunião mostrou que a maioria dos dirigentes do Fed projeta uma redução adicional de 0,5 ponto porcentual nas taxas de juros neste ano, o que os levaria para uma faixa de 3,5% a 3,75%.
Ainda há duas reuniões agendadas para este ano, em outubro e dezembro.
3. A Câmara dos Deputados aprovou ontem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dificulta a responsabilização criminal de parlamentares.
O texto da chamada “PEC da Blindagem” exige autorização prévia do Congresso para que o Supremo Tribunal Federal (STF) processe criminalmente deputados e senadores.
O texto será enviado ao Senado para apreciação.
A PEC, que contou com apoio do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), prevê também que o Congresso pode barrar esses processos em votação secreta.
A votação secreta também se estende ao aval de uma das Casas no caso da prisão de um congressista.
A Constituição diz que parlamentares só podem ser presos em caso de crime inafiançável.
São crimes sem direito a fiança no Brasil o racismo, a tortura, o tráfico de drogas, o terrorismo, crimes hediondos (homicídio qualificado, latrocínio, extorsão mediante sequestro, estupro, estupro de vulnerável, feminicídio e epidemia com resultado morte), e a ação de grupos armados contra a ordem constitucional.
Na votação em primeiro turno, 353 deputados foram favoráveis à PEC, 134 votaram contra e foi registrada uma abstenção. No segundo turno foram 344 votos sim e 133 não.
Antes da votação, o presidente da Câmara disse, sem mencionar o Supremo, que a PEC é efeito de uma reação a “abusos” cometidos contra colegas.
“Diante de muitas discussões, de atropelos, de abusos que aconteceram contra colegas nossos em várias oportunidades, a Câmara tem hoje a oportunidade tem hoje a oportunidade de dizer se quer retomar esse texto constitucional ou não”, disse Motta.
O deputado Paulo Pereira da Silva (Solidariedade-SP), o Paulinho da Força, foi escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para ser o relator do projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas.
O parlamentar disse que pretende trabalhar num texto que abandone a ideia de perdão amplo e adote uma redução de penas, proposta que seria mais aceitável no STF – ministros da Corte não admitem uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além de conversar com integrantes do Supremo, o relator buscará diálogo com a cúpula do Senado – que não aceita anistia “ampla, geral e irrestrita” – e com o governo para elaborar um “texto pacificado”.
Ele disse ainda que vai tentar “agradar a gregos e troianos” em seu projeto.
4. A Nvidia anunciou um investimento sem precedentes, de US$ 5 bilhões, na Intel, sinalizando uma mudança estratégica na indústria global de chips.
Com o aporte, a empresa de Jensen Huang estende uma tábua de salvação para a fabricante americana, que enfrenta dificuldades no mercado dominado por chips especializados em inteligência artificial (IA) – área em que a Intel não conseguiu se destacar nos últimos anos.
As duas empresas se unirão para trabalhar em data centers personalizados que formam a espinha dorsal da infraestrutura de inteligência artificial, bem como em produtos de computadores pessoais, informou ontem a Nvidia em comunicado.
A Nvidia disse que gastará US$ 5 bilhões para comprar papéis da Intel a US$ 23,28 por ação.
A notícia provocou um forte aumento, de mais de 23%, nas ações da Intel ontem.
O investimento, ainda sujeito a aprovações regulatórias, ocorre um mês depois de o governo dos Estados Unidos adquirir uma participação de 10% na Intel.
O acordo é um movimento de sobrevida para a Intel, pioneira do Vale do Silício que desfrutou de décadas de crescimento à medida que seus processadores impulsionavam o boom dos computadores pessoais, mas que entrou em declínio após perder a transição para a era da computação móvel a partir do lançamento do iPhone, em 2007.
5. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de prévia do PIB, ficou negativo em 0,53% em julho, na comparação com junho e na série com ajuste sazonal, informou ontem o BC.
No mês anterior, o índice havia ficado negativo em 0,25% (índice revisado, de -0,06%).
O resultado do IBC-Br em julho veio pior do que a mediana em pesquisa Projeções Broadcast, que apontava para uma queda de 0,3%.
As estimativas do mercado iam de recuo de 0,8% a alta de 0,9%. O terceiro recuo consecutivo do IBC-Br em julho reforça o diagnóstico de que o PIB do terceiro trimestre será mais fraco do que as leituras anteriores.
Além do recuo de julho e junho, o índice já havia caído 1,17% em maio.
Agropecuária devolvendo parte dos ganhos da supersafra; indústria, mostrando contrações recorrentes; e serviços, que vinham sustentando a atividade, perdendo tração na margem.
6. A Bolsa de Valores registrou essa semana uma alta de 2,52% fechando aos 145.865 pontos.
Já o dólar fechou em queda de 0,37% cotado a 5,33/usd.
No ano, a bolsa brasileira sobe 20,7% e o dólar cai 13,9%.
Nos EUA, o S&P sobe 13,5% e o Nasdaq sobe 17,4% no ano. (Fonte: Bloomberg)